"Aprendi que lar não é um lugar, é um sentimento..."
Essa é uma das frases que eu mais amo e me identifico do livro "Onde Terminam os Arco-íris", da autora Cecelia Ahern e hoje vamos falar um pouco sobre ele. Para quem está achando o nome da autora familiar, você não está com mania de perseguição (k), pois Ahern é famosa por "P.s.: Eu Te Amo" que deu origem à adaptação de um filme com o mesmo nome da obra.
Primeira edição, nome e capa originais.
Lançado inicialmente em 2004 com o título original "Where the rainbows end", no Brasil o livro só chegou em 2006 trazendo em seu título a tradução original. Porééém, o livro só veio repercutir com o anúncio da adaptação cinematográfica, estreladas por Lily Collins e Sam Caflin, em 2014 trazendo grandes mudanças ao livro tanto em inglês, quanto em português. A partir de então o livrou chegou às livrarias com o nome "Love, Rosie" em inglês e "Simplesmente Acontece" em português. E cá pra nós, achei a mudança de nome super válida, não acham também? haha. A capa também foi totalmente modificada com o relançamento, trazendo os protagonistas do filme. E apesar de normalmente não gostar de capa de livro com personagem de filme, está eu amei e achei uma mudança significativa!
Relançamento, nome e capa modificadas
O livro conta a história de Rosie Dunne e Alex Stewart, melhores amigos de infância e inseparáveis, até que no último ano de colégio, Alex tem que se mudar com a família de Dublin para Whashington. Ainda assim a conexão entre eles prevalece e a amizade permanece, apesar da distância. Ao decorrer do livro percebemos que Alex meio que tem tudo para dar errado na vida, mas ainda assim realiza seu sonho de cursar medicina, sendo aceito em Havard. Rosie, no entanto, desde pequena almeja gerenciar um hotel, então inscreve-se no curso de gerenciamento de hotel na faculdade de Boston. Estaria tudo certo para que os dois pudessem trilhar a vida dos sonhos, até que algo fora dos planos de Rosie muda o seu caminho drasticamente.
"A vida é engraçada, não é? Exatamente quando você pensa que conseguiu resolver tudo, justo quando afinal começa a planejar alguma coisa, a ficar entusiasmada a respeito e se sentir como se soubesse a direção em que está indo, o caminho muda, os sinas mudam, o vento sopra para outro lado, o norte subitamente torna-se sul, o leste torna-se oeste e você está perdido. É fácil perder o rumo, perder a direção." - Carta de Rosie à Alex, cap. 6.
É incrível como acompanhamos toda a vida dos personagens, desde sua infância travessa, a adolescência cheia de expectativas e descobrimento amorosos, bem como a vida adulta e repleta de altos e baixos. Como se estivéssemos lendo a vida de alguém, não uma história contada. Talvez soe confuso, mas foi a sensação que eu tive!
A história pode até soar sinopse de novela mexicana (haha), mas a verdade é que o livro surpreende de maneira muito positiva, sério! Ao começar pela narrativa bem fora do comum, pois é contada à partir de bilhetes, cartas, sms, e-mail e bate-papo trocados entre os personagens principais em maior parte. Sim, eu sei, é estranho tentar imaginar isso, no início é um pouco frustrante, mas ao decorrer da história você se acostuma, garanto!
Confesso que apesar de me acostumar com a narrativa, eu ficava cada vez mais sedenta por informações dos dois e achei isso genial da parte da autora, nos limitar à visão dos personagens para que pudéssemos conhecer mais à fundo a personalidade de cada um. E ao final da história (calma! Sem spoiler. haha) a protagonista, bem mais velha se senta no chão de casa e está rodeada por anos de cartas, bilhetes, e-mails e conversas impressas de bate-papo, que contam a história dela. A vida dela está lá, impressa ao seu redor. Cheias de alegrias, tristezas e até mesmo pequenas bobagens. E eu achei isso mágico! Fez eu me sentir amiga íntima deles e essa sensação me fez mais apaixonada ainda por esse livro.
A grande verdade é que eu terminei de lê-lo ao final de 2014 e ele ainda me faz pensar sobre alguns aspectos da minha vida, afinal o livro bate muito na tecla sobre como quando somos jovens, planejamos todo um futuro em nossas mentes, mas que ao longo da nossa jornada imprevistos podem acontecer e nem tudo sai como planejado, o que não é de todo mal também. Está tudo bem! É apenas a vida mostrando que não temos vidas pré-programadas.
"Estou com 30 anos agora e ainda me sinto como uma garotinha. Ainda olho em volta para verificar o que outras pessoas estão fazendo e me certificar que não sou completamente diferente; ainda olho em volta à procura de ajuda, esperando por uma rápida cotovelada ou um sussurro de advertência. Mas parece que não sou capaz de atrair a atenção de ninguém. Ninguém mais ou meu redor parece estar olhando em volta e se perguntando o que fazer. Por que me sinto como se fosse a única pessoa confusa e preocupada a respeito das próprias escolhas e do caminho que está seguindo? Para onde quer que eu olhe vejo pessoas apenas avançando. Talvez eu devesse simplesmente fazer o mesmo." - Carta de Rosie à Stephanie, cap 21.
Todo mundo tem aquela caixa cheia de cartinhas, bilhetinhos, desenhos e tantas "tralhas" que apesar de tudo, fazem parte de quem nós fomos e de quem somos. Depois de ler esse livro, eu percebi como é gostoso poder ter essas lembranças, jogar tudo no chão e ler um pouco da nossa vida, ver como crescemos e amadurecemos. Obrigada Cecilia Ahen, aprendi muito lendo as "tralhas" da Rosie e do Alex. <3
P.s.: Acho que vou fazer um post sobre o filme também. O que vocês acham? :)
Love,
JFranklin;